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Sabores e aromas da Chapada Diamantina

Um novo roteiro em Morro do Chapéu- Chapada Diamantina

Quando se fala em Chapada Diamantina, vem logo na mente a beleza das paisagens naturais. E isso é algo inquestionável, a “nossa” Chapada é realmente linda. Mas se existe algo que vem me chamando a atenção nessa região é a diversidade cultural, agrícola, histórica e gastronômica. Em cada pedacinho desse extenso território, há sempre algo para nos surpreender.

Nesse último final de semana, decidi explorar um pouquinho a região de Morro do Chapéu (que recebeu esse nome por conta de um morro em forma de chapéu), e apesar de já conhecer a cidade, dessa vez fui com foco em um roteiro diferente do usual. Troquei as trilhas, grutas, pinturas rupestres, cavernas e cachoeiras, pelos aromas, sabores e história da região.

Para começar a sexta-feira com aquele bom e velho #sextou, iniciei a minha viagem com uma visitação à vinícola Vinhas do Morro. Apesar de ainda estar em fase de implantação, deu para fazer uma visita guiada e uma maravilhosa degustação dos espumantes e vinhos produzidos na propriedade. E para completar essa maravilhosa experiência, tive a sorte de conhecer e provar os queijos da Gurgalha, produzidos também em Morro do Chapéu. Foram tantos tipos de queijos (eles produzem mais de 50) e tanta informação sobre o processo de fermentação, que acabei esquecendo os nomes, mas posso afirmar que são maravilhosos.

O sábado não poderia ter sido mais cheiroso e especial, fui conhecer o laboratório dos óleos essenciais da AKÃ. Todos os óleos essenciais produzidos por lá, são feitos com a matéria prima cultivada pelo casal Ana e João, donos do negócio. Apesar do galpão onde será a fábrica ainda estar em fase de implantação, deu para conhecer o processo de fabricação no laboratório atual, um pequeno espaço localizado perto da cidade. Após toda explicação dada pelo casal, eu e meus amigos fomos convidados para irmos até a fazenda deles, onde todas as flores e ervas são cultivadas – Fazenda AKÃ. Simplesmente um sonho! Acho que foi a fazenda mais cheirosa que conheci até hoje. Flutuei entre os aromas de lavanda, gerânio, patchouli, capim limão, erva doce, erva cidreira, alecrim.

Fazenda AKÃ


Já no domingo foi dia de cultura, fui até a Vila do Ventura. O local tem uma das histórias mais incríveis da Chapada. Logo de cara já dá pra ver os rastros da Estrada Real que ligava Jacobina a Rio de Contas. Apesar de hoje ter apenas 3 famílias morando no local, e aquela sensação de vila fantasma, a antiga cidade que já teve mais de 3.000 habitantes com teatro, escolas, Correios e filarmônica, já foi o maior centro de diamantes e carbonato da região no início do século XX. E o nome Ventura teve origem por conta de um dos primeiros garimpeiros que foi o responsável pelo comércio das pedras na cidade de Lençóis.

Além disso, esses garimpeiros tinham a proteção do Coronel Francisco Dias Coelho, o primeiro negro a ocupar esse título. Dias Coelho foi criado por um rico comerciante da região, que o encaminhou para o ramo do garimpo e mineração, transmitindo-o muito conhecimento sobre as pedras preciosas. Como teve bons estudos e aprendeu a escrever e a falar francês, ele era um dos maiores negociadores de pedras da região.

E assim, entre sabores, aromas e história local eu revivi Morro do Chapéu sob outro ângulo e volto para casa com a certeza que essa Chapada Diamantina é fonte inesgotável de surpresas. Sigo repetindo: nem só de trilhas se vive a Chapada! Ah, apesar da pandemia, a cidade está aberta ao turismo com algumas restrições e orientações respeitando o Decreto Municipal.

Morro do Chapéu


Morro do Chapéu tem 1,200m de altitude e está localizada a 395 quilômetros de Salvador- BA 052 Onde ficar: Recomendo Beloar Hotel – simples e com um excelente atendimento (74 3653-1547/ 74 99901-3824 Onde comer: Cantina Eusépio

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