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Expedição Sul parte I

Nas minhas férias de final de ano escolhi uma Expedição pela fria e charmosa região Sul do Brasil. No roteiro feito, contemplei o maior número de cidades onde pudesse encontrar integrantes do Triton4x4Club, uma oportunidade de rever os amigos e também ter contato com aqueles que ainda não conhecia pessoalmente.

E no dia 10 de dezembro, eu, Cowboy e o Smurf saímos de Salvador a caminho de mais uma aventura. Para iniciar essas férias de maneira bem gostosa, escolhemos como primeira parada oficial o município de Eldorado em São Paulo. Ficamos hospedados na  Pousada Ouro Verde e de lá fomos visitar uma plantação de amoras pretas no Vale do Ribeira, às margens do rio Iguape. Aproveitamos o caminho e demos uma passadinha na Caverna do Diabo.

Primeira parada concluída com sucesso, hora de seguirmos rumo à Santa Catarina. Escolhemos continuar a nossa viagem pelo caminho RASTRO DA SERPENTE e logo de cara dá pra ver o porque desse nome- estrada repleta de curvas, curvas e mais curvas. Não bastando enfrentar essa serpente sinistra, pegamos uma trânsito infernal na BR 101, logo depois de São José dos Pinhais. Bunda quadrada e pernas formigando de tanto tempo sentada, finalmente conseguimos jantar e dormir em Pomerode- a cidade mais alemã do Brasil.

Deixamos Pomerode e seguimos viagem rumo à região Sul do país. No caminho paramos em Rio do Sul/SC para darmos um abraço e almoçarmos com nosso amigo tritonzeiro João Stolf.  Seguimos para Urubici/SC, onde ficaríamos alguns dias para conhecer as atrações da região serrana. Chegamos lá quase encerrando o horário de funcionamento do ICMBio, órgão que concede a autorização para a visitação do Parque Nacional de São Joaquim, mas conseguimos os nossos passaportes.

Paramos numa cafeteria e, além do café delicioso, compramos algumas lembrancinhas e conseguimos informações sobre pousadas. Escolhemos uma já na entrada do parque, bem no alto da serra. Chegamos no fim do dia mas ainda estava claro (já eram 19h!), aproveitamos para caminhar e tivemos o privilégio de conferir um pôr de sol lindo. Um pouco depois vimos a lua nascer cheia, maravilhosa, da janela do quarto em que estávamos hospedados. Tomamos um vinho sob uma lareira show da pousada Cascata Véu de Noiva, que por sinal era linda.

Trilhas e Cachoeiras

Amanheceu e partimos para ver a cachoeira Véu de noiva, que fica no quintal da pousada… Lá, vimos umas plaquinhas indicando uma trilha e fomos seguindo. Encontramos a entrada da trilha do xaxim gigante (um tipo de samambaia pré histórica natural da Mata Atlântica) arriscamos e, depois de muita ladeira abaixo por pés de xaxim centenários e algumas cachoeiras de fadas, chegamos numa cachoeira linda, alta, de uma energia maravilhosa, valeu os riscos do trajeto.

Morros, serras e nuvens

Voltamos e como ainda era cedo decidimos conhecer o Morro da Igreja mas, ao subirmos mais a serra, de tanta serração não conseguimos ver o morro mas, a sensação era de estarmos no céu. E como o dia por lá é longo, decidimos visitar a serra do Corvo Branco. Estradinha de terra, extremamente sinuosa, descemos e subimos contemplando a beleza do lugar misturado com a adrenalina da estrada bem perigosa.

No retorno da serra, ainda passamos no cânion do espraiado. A estrada era um sonho #offroad, margeava um rio de pedras de uma tranquilidade sem tamanho. O caminho para subir a serra era pedregoso e seguimos devagar alcançando no fim 1.960 m de altitude. Só que as nuvens também vieram pra esse lado e, só conseguimos imaginar como seria o cânion ouvindo o som das cachoeiras, do vento e dos pássaros. Voltamos para a pousada e para fechar o dia com chave e ouro, escolhi um cuscuz de pinhão com truta- maravilhoso!

Parque Nacional de São Joaquim

Depois de um dia cheio de aventuras e imagens deslumbrantes só nos restou dormirmos com o coração cheio de paz. No dia seguinte levantamos e fechamos a conta da pousada. O proprietário nos indicou um caminho por uma estradinha de terra para irmos a Bom Jardim. Foi lindo!!! A estrada corta o Parque Nacional de São Joaquim, surreal de lindo! Já na estrada de asfalto paramos para conhecer a Cachoeira do Avencal e as pinturas rupestres lá existentes, bem diferentes das que eu já conhecia. A cachoeira era linda, com direito a piso de vidro para observação.

Já em Bom Jardim corremos para visitar o Cânion do funil, conseguimos ver de lá o Morro da Igreja de tão limpo e azul que estava o céu. Sr Miguel, proprietário da fazenda, nos levou até o início da trilha. Chegamos com o carro bem pertinho do penhasco. Saímos da trilha e corremos para a Serra do rio do rastro. Descemos e subimos a serra, lindaaaaa e com muita visibilidade mas, assim que voltamos, a neblina chegou e ninguém via mais nada rsrsrs 

Atolados no charco preto

Seguimos e fizemos o Cânion canivete e o Amola facas onde atolamos feio num charco preto, área alagada coberta de vegetação. Tentamos de todas as formas sair. O guincho disparou, o cabo partiu, sem sucesso.

Decidimos ir para a estrada ganhar a sorte, separamos documentos e algumas roupas (confesso que não fazia ideia do que levar). A sorte veio em 5 min, avistamos um farol de carro, Cowboy saiu correndo no meio pasto, e eu fui caminhando e recolhendo as roupas que iam caindo da mochila dele, que ele deixou aberta. Era uma pickup com 5  homens enormes dentro… 

Com cara de quem fez m*****, contamos nossa proeza e eles se prontificaram a voltar para buscar o trator e nos resgatar, além de oferecer a sede da fazenda para dormirmos.

Já mais tranquila (não iria dormir no carro ou num estábulo kkkk), fui finalmente ver o Cânion amola facas, era lindo!!!

No dia seguinte, descemos a serra do Faxinal com a intenção de fazer um trecho da trilha do boi. O tempo estava para chuva e essa trilha é feita no leito do rio (formado pelas cachoeiras do Cânion Itaimbezinho) então resolvemos explorar Praia Grande, cidadezinha localizada no pé da serra de onde saem as trilhas para diversos cânions (índios coroados, malacara, etc.). 

Pensamos em fazer outra trilha, a da Pedra Afiada, mas nos aconselharam a não ir pelo grau de dificuldade e por conta do tempo chuvoso. Nos indicaram ir à cachoeira dos Borges. Seguimos pra lá, chegamos num lugar muito bonito, fizemos uma trilhazinha com garoa, em meio a um pedacinho preservado da Mata Atlântica e chegamos numa cachoeira espetacular!

Subimos a serra e voltamos para Cambará. A noite jantamos no Casarão, um rodízio de truta maravilhoso.

Cânion Itaimbezinho

Seguiríamos direto para Gramado masss, tava um dia lindo e já na estrada, decidimos desviar e tentar ver o Cânion Itaimbezinho. Dessa vez demos sorte, a viração não atrapalhou e curtimos o visual do Cânion e suas cachoeiras.

Visitamos também a casa de D. Maria, construída em 1945 e que ainda preserva as características da época, o imóvel fica às margens do Cânion Itaimbezinho em Cambará do  Sul. A beleza natural do local e as histórias vividas pela D. Maria e seu marido tornam o espaço muito especial.Tomamos café com pastel de pinhão – delicioso.

A continuação dessa Expedição pelo Sul, vocês irão conferir no próximo texto. Fiquem ligadas (os).

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